Gostei muito do seu texto, já tinha ouvido falar do slow living e acho uma proposta importantíssima nesses tempos em que vivemos com tanta gente enfrentando problemas de saúde mental, bornout, etc. Essa correria é fatalmente fruto do capitalismo. Infelizmente, outro fruto do capitalismo é a impossibilidade de algumas pessoas em parar. E não por falta de conhecimento ou iniciativa, mas por precisarem correr para terem o mínimo. Sabemos que existem barreiras sociais intransponíveis e estruturantes da nossa sociedade. O trabalhador que passa quatro horas na condução só para quando dorme, a mãe solo da periferia com dois turnos (ou três), o jovem impedido de terminar o ensino médio por ter que trabalhar e ajudar em casa etc. Lamentavelmente é a realidade brasileira, está mudando, mas ainda é um fato. Desculpe o textão, só queria contribuir com um contraponto, mas não invalida de jeito nenhum o slow living que deve ser incentivado em reflexões como a sua para mais e mais pessoas cada uma dentro da sua possibilidade.
Francisco, os textões são super bem vindos! Rs E concordo em absolutamente tudo. Dentro da minha realidade eu não tive inúmeras barreiras sociais e reconheço que alguns privilégios me ajudaram a hoje poder descobrir uma nova maneira de viver.
Mas é justamente sobre encontrar no dia a dia algo de seu, pois a dessubjetivação é própria do capitalismo. Ser engolido por isso é um prato cheio pra depressão.
"Eu mereço descansar. E acredito que você também." – ultimamente, tenho visto muitas partilhas sobre parar para descansar.... Tenho sentido muita vontade de pausar a dissertação, retomando-a no próximo ano, mas ao mesmo tempo é algo que quero fazer. Em parte por querer, por outro lado para me desenvencilhar o quanto antes desta meta de vida. É um curso que adoro, é um dos mestrados que mais queria fazer. Mas sei lá. Há algo que me tem vindo a cansar e não faço ideia se se trata de algo mais interno ou se a minha rotina precisa de ser alterada. Acredito que algumas meditações ajudem, assim como a prática do journalling.
Obrigada pela leitura, Carolayne! Eu achei muito interessante o que disse sobre o mestrado. Isso que você "mais queria fazer" é hoje algo que você quer fazer depressa pra "se desvencilhar". Quase como uma armadilha que você impôs a você mesma.
Às vezes e constantemente. Quando percebemos que a vida é muito mais do que certos objetivos e que muitos deles precisam de ser cumpridos por uma questão de orgulho e necessidade de quebrar certas amarras geracionais. Acho que a minha sede por conhecimento vem daí, ao mesmo tempo, sinto vontade de descansar de mim mesma, das responsabilidades, de tudo. Faz sentido?
Não conhecia o princípio que vc apresentou do karma yoga! Achei excelente e se conectou com o que estou vivendo... olhar para o slow living a partir dessa ótica faz muito, muito sentido. Obrigada pela partilha <3
Manoela, obrigada por esse texto, de verdade. Eu estava realmente precisando disso porque daqui, do alto dos meus 22, o paradoxo entre desacelerar pra não adoecer e adoecer porque sinto que desacelerei e estou atrasada me diz o contrário. É bom ler que alguém conseguiu sair desse ciclo porque me dá esperanças. Toda sorte do mundo na sua jornada!
Que bom ver que o texto está chegando até quem precisa desse respiro! Espero que você encontre esse difícil caminho entre o equilíbrio da saúde e o capitalismo, Maddie. Seguimos juntas.
Percebo essa correria generalizada em absolutamente tudo, como se tivesse contaminado cada parte da minha vida.
Inclusive pra ler, que é uma coisa que faço sem nenhuma obrigação e sim por prazer. Mas a pressa está lá.
O que mais me incomoda é a pressa pra fazer tudo o mais rápido possível, pra encaixar cada tarefa em cada tempo livre, pra otimizar tudo. É simplesmente insuportável.
Te falar a verdade que nem sei muito bem como fazer essa reeducação, mas estou tentando levar atenção, me conscientizar dos efeitos angustiantes no corpo, desacelerar do jeito que consigo...
mas parece que ainda não é um movimento suficiente pra fazer esse "contrapeso" à tendência de acelerar!
O que tem me ajudado muito é a meditação. Nos primeiros dias foi terrível, eu fiquei com a sensação de "perda de tempo", olha só! E aí foi toda uma peleja pra educar a mente, pensar que tempo é esse que eu supostamente estaria perdendo... a formação em luto também me ajudou, esse contato com a finitude me ajudou a entender que vida é essa que se encaixa nesse tempo que eu tava "gastando"
São processos penosos, né? 🫠 Vamos nos falando! Quem sabe a gente se ajuda nisso! 🤍
o título me puxou! como professora de yoga, quis saber o que te incomodava em viver 'devagar'. só li verdades. primeiro precisamos garantir nossa segurança (artha), senão, como conseguiremos acalmar a mente se as necessidades básicas não estão à nossa disposição?
Essa é daquelas leituras que apertam o peito e, ao mesmo tempo, abrem espaço dentro da gente. A pressa que a pobreza impõe é uma violência silenciosa, que muitas vezes a gente só entende depois que o corpo e a alma colapsam. É preciso ter vivido essa urgência para reconhecer a potência de um passo lento. Só quem correu tanto sem saber por quê, entende o valor de parar — e ainda assim, parar dá medo. Que bom que você conseguiu transformar esse percurso em consciência, e agora caminha com presença. Isso não apaga o que foi, mas dá outro sentido ao que vem. Você merece esse tempo. E muita gente vai se ver em cada linha sua. Gostei!
Gostei muito do seu texto, já tinha ouvido falar do slow living e acho uma proposta importantíssima nesses tempos em que vivemos com tanta gente enfrentando problemas de saúde mental, bornout, etc. Essa correria é fatalmente fruto do capitalismo. Infelizmente, outro fruto do capitalismo é a impossibilidade de algumas pessoas em parar. E não por falta de conhecimento ou iniciativa, mas por precisarem correr para terem o mínimo. Sabemos que existem barreiras sociais intransponíveis e estruturantes da nossa sociedade. O trabalhador que passa quatro horas na condução só para quando dorme, a mãe solo da periferia com dois turnos (ou três), o jovem impedido de terminar o ensino médio por ter que trabalhar e ajudar em casa etc. Lamentavelmente é a realidade brasileira, está mudando, mas ainda é um fato. Desculpe o textão, só queria contribuir com um contraponto, mas não invalida de jeito nenhum o slow living que deve ser incentivado em reflexões como a sua para mais e mais pessoas cada uma dentro da sua possibilidade.
Francisco, os textões são super bem vindos! Rs E concordo em absolutamente tudo. Dentro da minha realidade eu não tive inúmeras barreiras sociais e reconheço que alguns privilégios me ajudaram a hoje poder descobrir uma nova maneira de viver.
Mas é justamente sobre encontrar no dia a dia algo de seu, pois a dessubjetivação é própria do capitalismo. Ser engolido por isso é um prato cheio pra depressão.
"Eu mereço descansar. E acredito que você também." – ultimamente, tenho visto muitas partilhas sobre parar para descansar.... Tenho sentido muita vontade de pausar a dissertação, retomando-a no próximo ano, mas ao mesmo tempo é algo que quero fazer. Em parte por querer, por outro lado para me desenvencilhar o quanto antes desta meta de vida. É um curso que adoro, é um dos mestrados que mais queria fazer. Mas sei lá. Há algo que me tem vindo a cansar e não faço ideia se se trata de algo mais interno ou se a minha rotina precisa de ser alterada. Acredito que algumas meditações ajudem, assim como a prática do journalling.
Que linda partilha, Manoela! ❣️
Obrigada pela leitura, Carolayne! Eu achei muito interessante o que disse sobre o mestrado. Isso que você "mais queria fazer" é hoje algo que você quer fazer depressa pra "se desvencilhar". Quase como uma armadilha que você impôs a você mesma.
Às vezes fazemos isso na vida, não é?
Às vezes e constantemente. Quando percebemos que a vida é muito mais do que certos objetivos e que muitos deles precisam de ser cumpridos por uma questão de orgulho e necessidade de quebrar certas amarras geracionais. Acho que a minha sede por conhecimento vem daí, ao mesmo tempo, sinto vontade de descansar de mim mesma, das responsabilidades, de tudo. Faz sentido?
Faz muito sentido! E imagino que seja uma pressão muito grande.
Tem sido chato. Porém, acredito que hei de aprender a lidar melhor com a situação e surgir com ferramentas que tornem o processo menos penoso 🫂
Não conhecia o princípio que vc apresentou do karma yoga! Achei excelente e se conectou com o que estou vivendo... olhar para o slow living a partir dessa ótica faz muito, muito sentido. Obrigada pela partilha <3
Ah, Mariana, fico muito feliz que tenha tocado por aí! Obrigada pela leitura 🤍✨️
sem palavras!
Como uma pessoa que vive parecendo que tá na gincana do Celso Portiolli. É isso, obrigada pelo texto 💖
Hahahahahahhaha Amei! É bem assim!
Manoela, obrigada por esse texto, de verdade. Eu estava realmente precisando disso porque daqui, do alto dos meus 22, o paradoxo entre desacelerar pra não adoecer e adoecer porque sinto que desacelerei e estou atrasada me diz o contrário. É bom ler que alguém conseguiu sair desse ciclo porque me dá esperanças. Toda sorte do mundo na sua jornada!
Que bom ver que o texto está chegando até quem precisa desse respiro! Espero que você encontre esse difícil caminho entre o equilíbrio da saúde e o capitalismo, Maddie. Seguimos juntas.
"...que a auto realização não virá dos frutos da ação, mas da própria ação".
Estou num momento de transição profissional desafiador e apenas precisava ouvir isso! Fez muito sentido pra mim. Obrigada por compartilhar!
Que coisa boa, Renata! Que bom que chegou até você, fico muito feliz.
Espero que esse momento de transição seja enriquecedor e, acima de tudo, feliz! ❤️
Belo texto. Delicada escrita…
Obrigada pela leitura, Cristiana ❤️
E sempre bom ler textos próximos a nossa realidade de vida
É verdade, Gabriela. Obrigada pela sua leitura! 🤍🫂
"Eu estava começando a entender a pressa, eu estava começando a me sentir para trás."
Uau, apenas uau.
Bom, agora também estou (re)começando a entender a desaceleração. E é difícil pra caramba.
Como vem sendo esse processo, Anna? Por aqui também tá muito difícil, eu tenho que ficar me lembrando constantemente de não correr
Percebo essa correria generalizada em absolutamente tudo, como se tivesse contaminado cada parte da minha vida.
Inclusive pra ler, que é uma coisa que faço sem nenhuma obrigação e sim por prazer. Mas a pressa está lá.
O que mais me incomoda é a pressa pra fazer tudo o mais rápido possível, pra encaixar cada tarefa em cada tempo livre, pra otimizar tudo. É simplesmente insuportável.
Te falar a verdade que nem sei muito bem como fazer essa reeducação, mas estou tentando levar atenção, me conscientizar dos efeitos angustiantes no corpo, desacelerar do jeito que consigo...
mas parece que ainda não é um movimento suficiente pra fazer esse "contrapeso" à tendência de acelerar!
É exatamente isso, chega a beirar o insuportável!
O que tem me ajudado muito é a meditação. Nos primeiros dias foi terrível, eu fiquei com a sensação de "perda de tempo", olha só! E aí foi toda uma peleja pra educar a mente, pensar que tempo é esse que eu supostamente estaria perdendo... a formação em luto também me ajudou, esse contato com a finitude me ajudou a entender que vida é essa que se encaixa nesse tempo que eu tava "gastando"
São processos penosos, né? 🫠 Vamos nos falando! Quem sabe a gente se ajuda nisso! 🤍
Temos que nos educar a perder. Inclusive tempo! E talvez a perda seja no fundo uma ilusão. Tô por aqui! Bjo!
Que coisa mais linda 💖
Me trouxe paz!
Obrigada, meu amor 🤍✨️
Que edição bonita, Manoela!
É muito bom quando caímos em si que podemos viver de uma outra maneira.
Obrigada, minha querida! É realmente libertador, eu ainda estou me curando do burnout, o processo é lento mas tá funcionando bem!
Estudar, estudar, estudar. Ter um bom trabalho. Correr pra essa linha de chegada. Burn out. Depressão. Compreensão. É assim mesmo, eu fui, eu tava.
o título me puxou! como professora de yoga, quis saber o que te incomodava em viver 'devagar'. só li verdades. primeiro precisamos garantir nossa segurança (artha), senão, como conseguiremos acalmar a mente se as necessidades básicas não estão à nossa disposição?
ótimo texto.
Que texto inteligente e coerente, alinhado com a própria história. Me identifiquei demais.
Essa é daquelas leituras que apertam o peito e, ao mesmo tempo, abrem espaço dentro da gente. A pressa que a pobreza impõe é uma violência silenciosa, que muitas vezes a gente só entende depois que o corpo e a alma colapsam. É preciso ter vivido essa urgência para reconhecer a potência de um passo lento. Só quem correu tanto sem saber por quê, entende o valor de parar — e ainda assim, parar dá medo. Que bom que você conseguiu transformar esse percurso em consciência, e agora caminha com presença. Isso não apaga o que foi, mas dá outro sentido ao que vem. Você merece esse tempo. E muita gente vai se ver em cada linha sua. Gostei!